terça-feira, 28 de outubro de 2014

O que são Custos Ambientais?

Para Hansen e Mowen (2001) os custos ambientais podem ser chamados de custos da qualidade ambiental e estão associados à criação, detecção, correção e prevenção da degradação ambiental, classificados em quatro categorias:
a)      custos de prevenção ambiental: são os custos de atividades executadas para prevenir a produção de contaminantes, poluentes e/ou desperdícios que poderiam causar danos ao meio ambiente;
b)      custos de detecção ambiental: são os custos de atividades executadas para determinar se produtos, processos e outras atividades dentro da empresa estão cumprindo as normas ambientais apropriadas;
c)      custos de falhas ambientais internas; são os custos de atividades executadas porque contaminantes, poluentes e desperdícios foram produzidos, mas não foram descarregados no meio ambiente; e
d)     custos de falhas ambientais externas: são os custos de atividades executadas após a destinação de poluentes, contaminantes e desperdícios no meio ambiente, aqui encontram-se classificados os custos sociais, assim chamados porque são causados pela empresa, porém incorridos e pagos por partes fora dela.
Friedrich e Almeida (2003) conceituam custos ambientais como gastos aplicados direta ou indiretamente no sistema de gerenciamento ambiental do processo produtivo e em atividades ecológicas da empresa. Quando aplicados diretamente na produção, estes gastos são classificados como custos.
Para Carvalho (2008), os custos ambientais são consumos de recursos reconhecidos pela entidade relacionados ao processo produtivo e que tenham por objetivo mitigar e prevenir danos ambientais causados pelas atividades operacionais.
Para Tinoco e Kraemer (2006) os custos ambientais são um subconjunto de um universo mais vasto de custos necessários a uma adequada tomada de decisão e não são distintos dos demais custos, ou seja, fazem parte de um sistema integrado de fluxos materiais e monetários que percorrem a empresa.
Já para Moura (2011) os custos ambientais classificam-se em dois grandes grupos e suas subdivisões:
a)      custos ambientais de controle:
-        custos de prevenção: visam prevenir, ou evitar problemas ambientais nos processos produtivos no ciclo de vida do produto; e
-        custos de avaliação: são valores despendidos para manter os níveis de qualidade ambiental da empresa, através de laboratórios e avaliações formais para garantir um bom desempenho ambiental da empresa.
b)      custos ambientais da falta de controle:
-        custos das faltas internas: são os primeiros a ocorrer em virtude da falta de controle. Resultam de ações internas na empresa, tais como: recuperação de áreas internas degradadas; desperdícios de material, de energia, de água; tempos parados de máquinas, como resultado de problemas ambientais e retrabalhos, em processos causados por não conformidades ambientais e multas por falhas internas referentes ao uso de tecnologias defasadas e poluentes;
-        custos de falhas externas: compreendem os custos da qualidade ambiental insatisfatória e não conformidades fora dos limites da empresa, resultantes de uma gestão ambiental inadequada. São custos decorrentes de queixas ambientais de consumidores, correção, recuperação de áreas externas degradadas pela atividade da empresa, pagamento de multas aplicadas por órgãos ambientais de controle, indenizações decorrentes de ações legais resultantes da disposição inadequada de resíduos, acidentes no transporte de produtos tóxicos, infláveis, corrosivos, prejuízos decorrentes de suspensão de vendas e fabricação de produtos; e
-        custos intangíveis: são aqueles com alto grau de dificuldade para serem quantificados, embora se perceba claramente a sua existência. Normalmente, não podem ser diretamente associados a um produto ou processo, por exemplo, perda de valor da empresa (ou das ações).
Lorenzett, Rossato e Godoy (2011) conceituam custos ambientais como aqueles que abrangem todos os gastos relativos à proteção do meio ambiente, que serão ativados conforme a vida útil do produto, por exemplo:
a)                  aquisição de insumos para controle, redução ou eliminação de poluentes;
b)                  mão-de-obra utilizada nas atividades de controle, preservação e recuperação do meio ambiente;
c)                  todas as formas de amortização dos valores relativos aos ativos de natureza ambiental possuídos pela empresa; e
d)                 tratamento e disposição dos resíduos.
De acordo com Gomes e Sampaio (2013) o calculo dos custos ambientais da empresa compreende os gastos com materiais que foram comprados e pagos, mas que não se transformaram num produto comercializável durante o processo produtivo, portanto, para os autores, é um indicador de ineficiência da produção. Assim como os custos dos materiais desperdiçados, do capital e do trabalho.
Nota-se que vários conceitos são apresentados para custos ambientais e que as empresas os compreendem e os classificam de diferentes modos, contudo, o importante é identificá-los, medi-los e gerenciá-los, o que não é uma tarefa simples visto que, em geral, encontram-se ocultos.
De acordo com o EPA (1995), a definição dos custos ambientais depende da finalidade para a qual a empresa quer usar a informação e de seu horizonte de planejamento e análise, logo, infere-se que existem vários conceitos permitidos, e, assim sendo, deve-se definir primeiramente a razão de dedicar-se aos estudos desses elementos.

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